A canábis e as histórias que a rodeiam: todos nós já as ouvimos. Mas o que é que é realmente verdade e o que é que não é? Provavelmente já ouviu a ideia de que a canábis é uma droga de entrada para substâncias mais pesadas. Será que esta ideia é correcta? Vamos analisar melhor este e outros mitos.
Índice
Mito 1: a canábis é uma droga de passagem?
Em primeiro lugar, uma droga de passagem é um termo por vezes utilizado para descrever a forma como o consumo de certas drogas pode levar ao consumo de substâncias mais potentes ou mais arriscadas. A ideia aqui é que experimentar uma droga "mais leve" como a canábis pode ser um primeiro passo antes de alguém passar para substâncias mais pesadas.
No entanto, isto é um mito! Esta falsidade sugere que o consumo de canábis leva ao consumo de outras drogas, rotulando-a como uma "droga de entrada".
Esta afirmação decorre da noção de que o consumo de cannabis expõe as pessoas a actividades criminosas e a círculos sociais onde estão frequentemente presentes outras drogas. Vários estudos[1] desmascararam este mito, demonstrando que não existe uma relação causal entre o consumo de canábis e o consumo de outras drogas. De facto, uma parte significativa da população que consome cannabis nunca experimentou outras drogas ilegais.
Não há provas de que a canábis seja uma droga de passagem
Estatisticamente, a mesma investigação mostra que apenas uma pequena percentagem dos consumidores de cannabis passa a consumir outras drogas duras. Isto significa que não existem provas que sustentem o mito de que a canábis é uma droga de passagem. Por isso, desfrute de um Watermelon, Wedding Crasher, ou Condutor ao pôr do sol e cultive o seu!
Mito 2: a canábis é extremamente viciante?
Outro mito comum sobre a canábis é o facto de esta ser extremamente viciante. Este mito é frequentemente difundido sem o devido contexto e exagera o potencial de dependência real da canábis.
Embora a canábis tenha propriedades viciantes, é importante compreender que o grau de dependência pode variar entre indivíduos e que não é tão viciante como outras substâncias, como a nicotina ou os opiáceos.
A dependência da canábis e a importância de uma utilização responsável
Dar ênfase ao consumo responsável de canábis pode ajudar a reduzir os riscos de dependência. Isto inclui estabelecer limites, controlar a frequência e a quantidade de consumo e estar consciente de quaisquer consequências negativas que possam advir do consumo. É sempre aconselhável procurar aconselhamento profissional se surgirem problemas relacionados com o consumo de canábis.
Mito 3: a canábis torna-o preguiçoso e improdutivo?
Um equívoco comum sobre a canábis é que ela o torna preguiçoso e improdutivo. Embora seja verdade que algumas pessoas podem sentir-se relaxadas e menos activas depois de consumirem canábis, não é o caso de todos[2].
Algumas pessoas referem de facto um aumento da concentração e da criatividade após o consumo de cannabis. Os efeitos da canábis podem variar de pessoa para pessoa e dependem de vários factores, como o tipo de canábis, a dosagem e a sensibilidade individual. É importante estar consciente do modo como a canábis o afecta pessoalmente e do seu impacto na sua produtividade.
Três mitos comuns sobre o consumo de canábis
Compreender os dados factuais e as estatísticas é crucial para obter uma visão equilibrada e realista da canábis[3]. Desmascarando os mitos e fornecendo informações exactas, podemos participar num debate mais aberto e honesto sobre este tema!
Fontes
[1] https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4291295/
[3] https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1501882/